A realidade é digital

Com a proposta de trazer à tona por quais tranformações está passando a comunicação das empresas com seus consumidores, o painel de abertura do ProXXIma 2009 “Sabe como estou pensando o digital? Pois vou contar” reuniu no palco representantes de três companhias que vêm fundamentando suas ações de marketing e negócios no ambiente online.

Edmar Bulla, diretor de marketing digital da Nokia no Brasil, por exemplo, ressaltou que a marca está passando por uma profunda transformação orientada em sua totalidade aos consumidores. “As mudanças estão no DNA da Nokia, que nasceu como uma fábrica de galochas para se tornar líder em fabricação de telefones celulares. Agora o nosso desafio é alcançar a liderança global de serviços usando a internet mobile”, disse Bulla, que acredita na concretização desse objetivo já em 2011. De acordo com Bulla, essa é uma mudança vital, uma vez que o mercado de celulares crescerá apenas 3% entre os anos de 2008 e 2010, enquanto o de serviços contabilizará 46% no mesmo período.

O executivo acrescentou ainda que toda a nova estratégia da companhia passa pela comunicação digital – leia-se mídias sociais, e-commerce e campanhas – sendo que a internet contará com mais verba de marketing do que a televisão já no segundo semestre desse ano. “Cada vez mais é preciso mostrar que não faz sentido gastar dinheiro naquilo que não se prova. Todos os canais são importantes, mas a performance de acada um será determinante em qualquer comunicação que busque eficiência”, completou.

Já Erik Fernandes, diretor de marketing da Claro, acredita que para que isso aconteça, os variados modelos de mensuração deverão encontrar um caminho de unificação e as diferentes mídias não poderão mais ser apresentadas de maneira isolada. “O mix de comunicação tem que ser medido de uma maneira que mostra e eficiência do cuzamento das mídias. Isso tudo precisa se consolidar para que o marketing digital cresça de maneira sustentável e satisfatória”, disse.

Fernandes apresentou ainda exemplos de comunicação bem-sucedidos como o case da portabilidade, que a operadora optou por dar informações sobre o assunto aos consumidores e registrou cerca de 1,2 milhão de acessos ao site criado especialmente para essa ação.

Já ao mostrar ações encabeçadas por anunciantes como Dell, Unilever e Ale Combustíveis, o diretor mostrou que o uso do celular como ferramenta de comunicação pode potencializar os resultados desejados seja por promoções exclusivas ou como suporte de estratégia. “Hoje mais de 60% dos nossos clientes optam por receber informações e mensagens piblicitárias porque sabem que há uma preocupação com relevância. Isso é um passo importante e tende a aumentar muito com a melhoria da internet móvel e dos vídeos”, completou.

Atuante de um segmento considerado chato por natureza, Marcelo Velloso, procurou mostrar como o HSBC vem conseguindo construir uma presença digital a partir de uma negócio que exige grande parcela de realismo. “As pessoas querem segurança e querem ter certeza de que existe um cofre para guardar seu dinheiro. Isso está mudando, mas para que os serviços financeiros se tornem completamente digitais, essa geração que está aqui hoje tem que morrer e dar lugar aos jovens que estão nascendo online”, profetizou.

De acordo com Velloso, diretor de marketing do banco, apenas 18% dos correntistas acessam o internet banking ao menos uma vez por mês, mas na medida em que tabus como o da segurança formem quebrados, a tendência mesmo é que o celular vire a principal moeda transacional.

Como exemplo de campanhas bem sucedidas, o executivo citou a “Importômetro”, com a qual – através de uma grande aposta em search marketing e inserções de publicidade online -, o banco registrou cerca de dois milhões de visitantes em apenas três meses. “Cerca de 60% desse montante veio dos sites de buscas. Dos vistantes, conseguimos gerar mais de 100 mil prospects potenciais”, contou. “Hoje vivemos o momento mais complexo dos próximos anos. Temos que unir gerações e trabalhar com um espectro completo e que exige muita dedicação e investimento para atender a todos os tipos de consumidor. Mas o que estamos comprovando é que isso é possível”, finalizou.

Por: Mariana Ditolvo

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